Autor: Ailton Gonçalves Dias Filho, pastor presbiteriano
A fé cristã granjeia amigos. A amizade é a mais sublime das relações humanas. A Escritura Sagrada diz que “há amigo mais chegado que um irmão”. O próprio Jesus Cristo, Senhor absoluto de todos, preferiu ter conosco uma relação de amizade. Ele disse: “Não chamo vocês de servos porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo vocês de amigos, pois tenho dito a vocês tudo o que ouvi de meu Pai”.
Em meus 35 anos de pastorado, por onde passei, fiz amigos. Principalmente amigos religiosos. Aqui em Americana, onde estou há 32 anos, tenho feito amigos. Quero neste espaço, destacar três amigos que já partiram. Algo em comum nos três. Eles eram padres.
Vou começar pelo mais velho deles, o Padre Haroldo Rahm. Faleceu em Campinas, com mais de 100 anos. Teve sua vida dedicada à recuperação de dependentes químicos. Era do Texas, EUA, chegou ao Brasil em 1964 e aqui gastou sua vida como missionário, dedicando sua vida no serviço do próximo. Tive o privilégio de conhecê-lo em 1992. Ele me ensinou muitas coisas. Foi um incansável servo e amigo de Jesus Cristo. Deixou um legado enorme.
Outro amigo foi o Padre Pedro, de saudosa memória. Foi pároco da Igreja de São Benedito. Escritor de inúmeros artigos nos jornais locais. Gostava de sua simplicidade e de seu jeito de ser. Não era raro encontrá-lo pela cidade com sua sacola e de bermuda, andando e proseando com os munícipes. Padre Pedro honrou o Senhor Jesus até o final de sua vida. Deixou boas lembranças na Paróquia e na cidade que ele amava. Boas lembranças…
O outro amigo faleceu recentemente, também de saudosa memória, Padre Constantino. Nome de imperador e a humildade de um autêntico servo de Jesus Cristo. Sempre admirei sua postura humilde à frente da maior igreja católica da cidade, hoje, a Basílica de Santo Antônio. Padre Constantino nunca perdeu a humildade. Lembro-me que, todos os anos, ia me fazer uma visita na Igreja Presbiteriana, levando um presente: o texto base da campanha da fraternidade. Eu o recebia com alegria, e, sem perceber, crescia minha admiração por ele. Celebramos várias cerimônias juntos. Tive o privilégio de visitá-lo em seus últimos dias. Orei com ele e por ele. Também tive a honra, convidado pelo atual pároco da Basílica, padre Valdinei, de participar e falar na missa em que foi celebrado o ofício fúnebre. Fica a doce lembrança e o legado espiritual deste precioso servo de Deus, meu amigo e irmão.
Certamente que tenho outros amigos. Padres, inclusive. Mas, peço licença a todos eles para destacar estes três. Amigos do peito, “guardados debaixo de sete chaves, dentro do coração”.
É isso!
Autor: Ailton Gonçalves Dias Filho, pastor presbiteriano